quinta-feira, 11 de março de 2021

John G. Lake - O Ministro da Cura



John G. Lake - O Ministro da Cura

    “Eu disse aos médicos: senhores, gostaria que fizessem mais uma coisa. Vão até o seu hospital e me tragam um homem que tenha uma inflamação nos ossos da perna. Coloquem na perna enferma os equipamentos médicos de monitoração que desejarem, deixando apenas um espaço para que eu coloque a mão na perna afetada. Podem colocar equipamentos de ambos os lados... Quando estava tudo pronto, coloquei a mão na parte enferma e orei de modo semelhante às orações da irmã Etther, nada de orações tímidas, apenas um clamor a Deus, do fundo do meu coração. Eu disse, Senhor, mata esta enfermidade satânica com teu poder. Que o teu espírito aja neste homem agora e traga vida a Ele... então eu perguntei aos médicos: Senhores, o que está acontecendo? E a resposta deles foi: Cada célula afetada está reagindo...” Para John G. Lake, o segredo do poder de Deus não estava no fazer e sim no ser. Para ele, os cristãos cheios do Espírito, deveriam manifestar o mesmo tipo de ministério que Jesus viveu aqui na terra. E assim foi a sua vida. 

    John Graham Lake nasceu aos 18 de março de 1870 em Ontário, no Canadá, mas ainda pequeno, sua família mudou-se para Michigan, nos Estados Unidos. Aos dezesseis anos foi assistir a uma reunião do Exército de Salvação e pode-se dizer que aí veio o seu chamamento. Algum tempo depois, ao falar sobre o assunto, disse: Fiz minha entrega ao Senhor e a luz do céu inundou a minha alma. Quando me levantei do lugar onde estava ajoelhado, o fiz com a certeza de que tinha me tornado um filho de Deus. 

    Em 1891 Lake mudou-se para Chicago e foi admitido na Escola Ministerial Metodista. Em outubro deste ano foi indicado para ser o Pastor em uma Igreja no estado de Wisconsin, mas recusou a indicação e acabou mudando-se para Harvey, no Illinois, onde acabou fundando um jornal (O Cidadão de Harvey). Com o jornal em pleno andamento, acabou conhecendo, na cidade, uma jovem chamada Jennie Stevens. A mão de Deus estava presente, mais uma vez: Jennie (que era da cidade de Newberry, Michigan), era o que se poderia chamar de a moça perfeita para John Lake. Os dois se apaixonaram e se casaram. E esta união abençoada pelo Senhor, rendeu sete filhos. 

    Para Lake, um dos ministérios mais importantes que sua esposa possuía era o da oração e intercessão. Durante o tempo de casados, houve muitas ocasiões em que, enquanto um estava enfrentando algum problema, o outro se encontrava revigorado espiritualmente, para poder prestar todo o apoio necessário ao companheiro. 

    Mas, nem tudo foi um mar de rosas na vida daquele casal. Uma enfermidade tomou conta de Jennie e os médicos que a atenderam diagnosticaram tuberculose e sérias complicações no coração. Em função disso, muitas vezes John chegava em casa e encontrava a esposa caída no chão ou inconsciente, na cama. 

    Para tentar combater o mal, doses fortíssimas de remédios foram prescritas e isso acabou transformando aquela mulher maravilhosa, praticamente em uma inválida. Para tentar minimizar a doença de sua querida esposa, Lake mudou-se, com sua família, para o Michigan, Sault Saint Marie, onde passou a dedicar-se totalmente ao ramo de negócios, no qual ele ia muito bem. Mas as condições de saúde de Jennie não se alteraram, apesar da tentativa de mudança de ares, até que os médicos diagnosticaram que nada mais havia a ser feito por ela. 

    A tristeza e um certo desespero tomaram conta de John Lake. Nos últimos anos, um irmão estava praticamente inválido por conta de uma hemorragia interna, sua irmã estava à morte com uma doença no sangue e, agora, o grande amor de sua vida, sua mulher Jennie, à beira da morte, também. Ele estava a se perguntar onde estava o poder de Deus, quando se lembrou da Casa de Cura de John Alexander Dowie, em Chicago. John estivera com sérios problemas de reumatismo deformante, quando mais jovem e foi curado naquele local. Ele já tinha levado seu irmão para lá e a mão de Deus desceu de maneira poderosa, curando instantaneamente seu irmão. Levou sua irmã, com câncer e ela ouviu a Palavra de Deus e foi curada imediatamente. Tudo isso já havia acontecido, mas agora, era sua amada esposa que ia definhando, morrendo, com muitas dores. Em um momento de total desespero atirou longe a Bíblia e está caiu aberta em Atos 10. Seus olhos encontraram o verso 38 que diz: Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda a parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo. Isto o alertou para o fato de que Deus estava com ele e a doença de Jennie era causada pelo diabo. Era o diabo que estava tentando destruir a sua vida. 

    Assim, munido de coragem que só o Espírito Santo pode dar, John Lake decidiu que seria Deus e não Satanás, quem daria a última palavra sobre a situação de sua esposa... Andando pelo quarto, ele determinou que a sua esposa seria curada exatamente às 9h30 da manhã. Quando o relógio marcou 9h30, Lake se ajoelhou ao lado da cama de sua esposa e clamou por Deus. Tão logo fez isso, o poder de Deus desceu sobre Jennie e inundou o seu corpo da cabeça aos pés. A paralisia desapareceu e as batidas irregulares do coração se normalizaram, a tosse cedeu, a respiração ficou regular e a temperatura voltou ao normal. E tudo isso, imediatamente. Jennie balbuciou algumas palavras e, em seguida, gritou: “Louvado seja Deus, estou curada”. Logo a história da cura de Jennie se tornou nacionalmente conhecida, levando muitas pessoas a viajarem grandes distâncias para visitar o lar de John e Jennie Lake. Pessoas chegavam à sua casa diariamente para verem os milagres de Deus e para receberem orações. Em 1901 Lake mudou-se para Sião, no Illinois, para estudar cura divina com John Alexander Dowie. Entretanto, em 1904 Dowie passou a ter inúmeros problemas financeiros e Lake decidiu mudar-se para Chicago e dedicou-se a negócios, para os quais tinha grande habilidade, formando ótimo patrimônio. 

    Quando ainda se encontrava em Sião, Lake participou de uma reunião de um grupo na casa de seu amigo Fred F. Bosworth. Um dos líderes da reunião era Tom Hezmalhalch e quando este terminou sua mensagem, disse a Lake: Quando estava pregando senti o Senhor me dizer que é para você e eu trabalharmos juntos na pregação do Evangelho. Um dia, estando com Tom a orar por uma senhora, estando ao lado da cama dela, Lake começou a tremer. Ao impor as mãos sobre a senhora, algo como um raio jogou Hezmalhalch ao chão. Levantou-se imediatamente e disse: Louvado seja Deus, John. Jesus batizou você com o Espírito Santo. 

    Em 1907, John e Jennie se desfizeram de todos os seus bens e propriedades e decidiram depender inteiramente de Deus para o seu sustento. Havia chegado o momento de partir para o campo missionário. E enquanto John pregava em uma região ao norte de Illinois, ouviu o Senhor lhe dizer: “Vá para Indianópolis e prepare-se para realizar uma campanha no inverno e providencie um local bem amplo. Depois, na primavera, você irá para a África”. Quando voltou à casa e contou para Jennie, está já sabia de tudo, pois o Senhor havia falado com ela, também. 

    O trabalho missionário na África começou por Johannesburgo. Um pastor sul africano tirou algumas semanas de licença e pediu à John Lake que o substituísse nas pregações. Em seu primeiro domingo de pregação, havia mais de quinhentos zulus presentes ao culto. Um grande avivamento aconteceu e em poucas semanas multidões em Johannesburgo e região estavam sendo salvas, curadas e batizadas pelo poder do Espírito Santo. Referindo-se a este período, Lake disse que era como se um ciclone espiritual houvesse atingido aquele lugar. 

    As primeiras reuniões realizadas aconteceram na igreja do pastor sul africano. Logo, porém, Lake partiu para alguns salões alugados. O Espírito Santo de Deus orientava e o trabalho missionário se desenvolvia de forma maravilhosa. Lake fundou, em Johannesburgo, o Tabernáculo Apostólico e, em menos de um ano, ele já havia dado início a cem igrejas espalhadas por toda a África. E o trabalho de supervisioná-las o mantinha, cada vez mais, longe de casa. Com isso, um dia Lake recebeu a notícia mais triste de toda a sua vida. Enquanto ministrava a palavra na região do deserto de Kalahari, foi informado que sua amada esposa Jennie havia falecido. Por razões facilmente compreensíveis, John Lake ficou totalmente desolado e, por muitos anos, ainda, ele conviveu com a profunda dor da perda. 

    Em 1910 uma terrível peste estava assolando a população africana, na região onde se encontrava John Lake. Em menos de um mês um quarto de toda a população havia morrido. A situação era tão devastadora que o governo oferecia uma boa quantia em dinheiro para quem se dispusesse a cuidar dos enfermos. Lake e sua equipe se ofereceram para ajudar sem cobrar nada por isso. Ele e um dos colaboradores entravam nas casas e retiravam os que haviam morrido e os enterravam. 

    Ele, entretanto, jamais foi atingido pela peste. Um dos médicos pediu para falar com Lake e perguntou: o que você tem feito para se proteger? Você deve ter algum segredo. Lake, tranquilamente, respondeu ao médico: irmão, isso é a lei do Espírito de vida em Jesus Cristo. Eu creio que enquanto eu mantiver a minha alma ligada ao Deus vivo, de maneira que Seu Espírito continue fluindo dentro do meu corpo e da minha alma, nenhum germe vai conseguir sequer chegar perto de mim, pois o Espírito de Deus vai destruí-lo antes. 

    Em seguida, Lake convidou o médico para fazer uma experiência com ele. Que retirasse de uma das vítimas um pouco da espuma do pulmão e a examinasse em um microscópio. O médico encontrou uma quantidade de germes vivos. Em seguida, Lake pediu ao médico que espalhasse aquela espuma cheia de germes em suas mãos e garantiu que os germes iriam morrer. O médico fez, examinou em seguida as mãos de Lake no microscópio e constatou que, de fato, os germes mortais da peste tinham morrido em contato com as mãos de John Lake. Eram os “raios de Deus” que fluíam das mãos do missionário e exterminavam todos os males e enfermidades. 

    Certa ocasião a Rainha da Holanda pediu a Lake que orasse por ela, em virtude de seu problema de não gerar filhos. Ele, então, enviou à Rainha um recado dizendo que suas orações tinham sido atendidas. E, menos de um ano depois, a Rainha, que já havia tido seis abortos, deu à luz ao seu primeiro bebê, gerado até o final da gravidez. O milagre aconteceu com a Rainha Juliana, da Holanda. 

    Ao término da missão na África, John Lake tinha deixado um saldo de 1.250 pastores, 625 congregações e 100 mil novos convertidos. O número de milagres, entretanto, jamais poderá ser quantificado. Isto, em apenas cinco anos de ministério. 

    Em 1912 Lake voltou aos Estados Unidos. No ano seguinte conheceu Florence Swiytzer, no estado de Wisconsin, casaram-se e tiveram cinco filhos. Florence teve participação ativa na vida do marido, pois, como era estenografa, registrou grande parte dos sermões de Lake, com a finalidade de conservá-los. Logo em seguida, John Lake começou a viajar pelas cidades americanas. Em Spokane, iniciaria as salas de cura e há registros de que mais de cem mil curas aconteceram nestas salas. 

    Segundo estatísticas do governo americano, entre os anos de 1915 e 1920, a cidade de Spokane (Washington), foi a cidade mais sã do mundo, em razão direta do ministério de cura de John Lake. Como grande homem de negócios, Lake buscava se certificar de que todos os registros de sua atividade cristã fossem absolutamente precisos. Estes registros mostraram que cerca de 200 pessoas por dia recebiam orações e eram curadas nas casas de cura de Spokane. Com base nessas informações, ele fundou a Igreja Apostólica em Spokane, que atraiu milhares de pessoas vindas de todos os lugares, em busca de orações e cura para seus males. Cumprida ali sua missão, lá se foi ele para Portland, no Oregon, onde continuou com o mesmo trabalho missionário de curas que já vinha realizando há tempos. Em Portland, fundou outra igreja apostólica e teve uma visão de um anjo que, mostrando a Bíblia aberta em Atos dos Apóstolos, na passagem que fala da descida do Espírito Santo. Lake entendeu a mensagem e passou a se empenhar ainda mais em ensinar o povo a orar e derrotar as forças das trevas. 

    Por volta de 1924 John Lake era conhecido em toda a América como um evangelista de cura divina. Ele havia fundado quarenta igrejas, espalhadas pelos Estados Unidos e Canadá, locais onde foram registradas tantas curas, que os membros de sua congregação o apelidaram de Dr. Lake. Em dezembro daquele mesmo ano, Gordon Lindsay, fundador do Ministério Cristo Para as Nações em Dallas, Texas, se converteu enquanto ouvia uma pregação de Lake, em Portland. 

    Em um domingo de 1935, a família Lake havia participado de um piquenique e John voltara do passeio bastante cansado, por isso resolveu deitar e descansar um pouco. Sua esposa Florence o encorajou a ficar em casa, enquanto ela iria para a Igreja. Quando ela voltou, depois do culto, Lake tinha sofrido um AVC, permanecendo, em razão disso, inconsciente por cerca de duas semanas. No dia 16 de setembro de 1935, aos 65 anos de idade, o Senhor chamou John G. Lake, que se foi, deixando um maravilhoso legado de fé, de curas milagrosas, de desprendimento e de muitas vitórias em Cristo Jesus. 

    Durante os últimos anos de vida, John G. Lake desfrutou de um perfeito equilíbrio entre os mundos natural e sobrenatural. Para chegar a este ponto, todavia, ele pagou um alto preço, por descuidar de sua própria família. A este respeito, certa ocasião, ele disse: Um fator que geralmente ignoramos, em se tratando de ministério, é que sempre estará faltando alguma coisa para que o mesmo seja completo. Nenhum ministério, por mais poderoso e ungido que seja, é capaz de satisfazer a todas as exigências que surgem durante a sua realização. Por isso, é sempre de extrema importância ter bom senso para desenvolver o trabalho cristão. O nosso corpo físico e a nossa família natural precisam de nossa atenção. A unidade familiar deve ser sempre o centro de qualquer ministério.

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